Risotto na slow cooker
Parece impossível?
Não só é possível, como é delicioso.
Uma das principais características da cozedura lenta é o pouco trabalho que dá. Colocam-se os ingredientes e umas horas depois obtemos uma excelente refeição, quase sem esforço. Para os especialistas em risoto, isto será matar a receita, pelo menos a receita italiana original de Risotto. Como não tenho pretensões a ser Chef, mas apenas comer boa comida com o mínimo esforço, decidi arriscar e começar a fazer experiências.
Nesta adaptação de risoto saltamos alguns passos, que dizem os entendidos, são essenciais neste prato, como mexer quase continuamente o arroz e adicionar caldo lentamente. Não é uma receita de meter tudo dentro da panela e programar, como é habitual no slow cooking, mas também não é a receita em que não se pode sair de volta do tacho.
O risoto favorito cá de casa e que fazemos há anos é de cogumelos e é muitas vezes escolhido para a ementa do dia sem carne nem peixe. Um dia destes vi a Teresa Cameira no Instagram a fazer um risoto de abóbora e ficou com tão bom aspeto, que decidi juntar também. Entretanto, com tantas experiências, tenho variado os ingredientes. Quando não tenho abóbora uso batata-doce e fica igualmente bom (foto acima). Utilizo cogumelos shitake, brancos, marron e até cogumelos desidratados, só não uso enlatados (mas até pode ser que resulte). Habitualmente faço caldo de legumes (como este caldo de peixe, só que sem o peixe). Quanto ao vinho, é o vinho branco que houver na garrafeira, desde que seja bom. Essa condição é essencial, aproveitamos para acompanhar o risoto como o mesmo vinho. O queijo que costumo usar é o grana padano, que ralo em casa, ou então parmesão. O queijo vendido já ralado costuma ter qualidade inferior e mais aditivos, como anti aglomerantes para não ficar todo colado. Para bons resultados, convém que os ingredientes sejam de qualidade, que nem sempre é sinónimo de caro.
Esta receita é apta para vegetarianos. Para adaptar ao regime vegano pode eliminar a manteiga, aumentando o azeite na parte do refogado e na parte final, usar um substituto vegetal ou levedura. O queijo também pode ser eliminado e substituído por levedura, ou queijo e vegan.
Ingredientes
250 gr de arroz para risoto (variedade arbóreo ou carnaroli)
250 gr de abóbora ou batata-doce
150 gr de cogumelos frescos (qualquer variedade)
20 gr cogumelos desidratados
1 l de caldo de legumes (aproximadamente)
60 ml de vinho branco
1 cebola
2 dentes de alho
50 gr de manteiga
80 a 100 gr de queijo para ralar (usei grana padano)
Azeite q.b.
Sal q.b.
Pimento picado (facultativo)
Preparação
Colocar os cogumelos desidratadas num pouco de água, para hidratarem.
Descascar e picar a cebola e os alhos.
Descascar a abóbora (ou a batata doce) e cortar em cubos pequenos.
Limpar os cogumelos frescos e cortar em pedaços (eles vão encolher, por isso não devem ficar demasiado pequenos).
Colocar metade da cebola picada, a abóbora, o pimento e os cogumelos frescos na panela cerâmica. Colocar um pouco de sal, alho picado e regar com um fio de azeite. Os cogumelos devem ficar por cima da abóbora (ou batata-doce), porque são mais tenros.
Selecionar a função “alto” (high) e ligar a panela por 1 hora.
Quando os cogumelos tiverem um aspeto um pouco murcho (cerca de 1 hora depois de ligar a panela - foto acima), adicionar cerca de 800 ml de caldo de legumes bem quente e mexer. Se não tiver caldo de legumes pode usar água. Manter a panela ligada no “alto”.
Entretanto num tacho, alourar a cebola e o restante alho em azeite. Quando estiver “vidrado” juntar metade da manteiga e deixar derreter.
Adicionar o arroz (sem lavar) e deixar fritar cerca de 1 ou 2 minutos, envolvendo bem com a gordura.
Juntar o vinho branco e aumentar o lume para que o vinho evapore, mexer bem.
Quando o vinho evaporar, acrescentar a água de demolhar os cogumelos desidratados (este líquido vai intensificar o sabor) e deixar levantar fervura.
Juntar o arroz à panela de barro com o caldo, mexer e deixar cozer por 20 minutos.
No fim desse tempo mexer o arroz, verificar o ponto de cozedura, retificar os temperos e se necessário acrescentar mais caldo. Sempre que acrescentar ingredientes à panela devem estar bem quentes, para não interromper a cocção.
Na minha panela, demora entre 7 a 10 minutos (silvercrest de 3,5l e 210W).
Desligue a slow cooker, acrescente a restante manteiga em pedaços envolva, junte parte do queijo ralado mexa um pouco para integrar e sirva de imediato.
Polvilhe com mais queijo ralado em cada prato. (Cá em casa somos da equipa extra queijo)
Notas:
Para esta receita utilizei a slow cooker Silvercrest de 3.5l e 210W. Os tempos devem ser ajustados às características da panela. Se é a primeira vez que faz a receita mantenha sob vigilância para poder realizar os ajustes necessários.
A panela de barro mantém o calor e prolonga o cozimento. Caso pretenda servir diretamente da panela tenha isso em atenção e antecipe cerca de 5 minutos a integração da manteiga e do queijo, para que não fique demasiado passado.
Durante a adaptação da receita também experimentei sem o processo de fritar o arroz e evaporar o vinho no tacho, mas não ficou tão bom como fazendo desta forma (mas não se desperdiçou nada), ficou mais parecido com um arroz solto que com risoto.
Conforme disse inicialmente, esta é uma receita adaptada de risoto, não é a receita original, que tem exigências que esta receita não cumpre.
Que belissimo aspecto. Parabéns pelas deliciosas receitas
ResponderEliminarObrigada Adélia 🤍
EliminarEspero que as experimente todas e nos conte como correu. 😉
Beijinho,
Sandra
Que maravilha de risoto. Não é que me importe muito de passar o tempo todo de volta da panela a mexer o arroz - é uma questão de metalização, mas realmente desta maneira é mais prático. Adorei e adorei o resultado 🙏
ResponderEliminarMuito obrigada, Margarida!
EliminarFico feliz por ter gostado do resultado, e por tê-lo partilhado connosco.
Continuação de bons cozinhados,
Beijinho 😘