Como escolher uma slow cooker?
Qual a é melhor Slow cooker do mercado?
Esta é uma das questões que mais recebo, mas das mais difíceis de responder. A melhor slow cooker para mim, não é necessariamente a melhor para outra pessoa, para o seu estilo de vida ou o seu agregado familiar.
As slow cookers são uma grande ajuda na
minha cozinha, com pouco trabalho consigo ter refeições deliciosas e sem a
preocupação da comida se queimar ou de ter de mexer e vigiar constantemente,
deixando-me livre para outras coisas. Nesta publicação explico um bocadinho o
que é a slow cooker e as principais
características deste eletrodoméstico.
Para escolher uma slow cooker é necessário ter em conta
algumas variáveis, algumas mais óbvias, outras mais subjetivas, sobretudo para
quem não conhece este mundo. Apesar destes equipamentos terem aparecido nos anos
50 do século passado, em Portugal ainda não há muito conhecimento nesta área, mas
está a ganhar cada vez mais adeptos.
Graças a algumas
cadeias de supermercados como o Lidl ou o Aldi, de há uns anos para cá este equipamento
começou a surgir em algumas campanhas e foi ganhando espaço nas cozinhas
Portuguesas.
Em Portugal, a oferta
em lojas físicas ainda é reduzida, comparando com países como os Estados
Unidos, Inglaterra, com forte tradição na utilização desta panela, ou até a
vizinha Espanha, onde o slow cooking cresceu
imenso nos últimos anos. Atualmente com as lojas on-line é possível termos acesso a uma grande variedade de slow cookers.
A minha primeira slow cooker foi uma Silvercrest, do
Lidl. Comprei para experimentar, porque tinha ouvido uma amiga dizer maravilhas
da Crock-Pot que tinha mandado vir do estrangeiro uns anos antes. A adaptação não
foi difícil, mas precisei de reajustar alguns procedimentos para esta técnica
culinária. Reuni as principais dicas na publicação “Como adaptar para slow cooker as receitas tradicionais”. Era uma panela de 6,5 litros, e para o dia a dia de uma família de 3, é enorme, apesar de rentabilizar e fazer refeições para várias vezes.
Quando precisei de substituir a minha primeira panela, acabei por comprar on-line, mas tive alguma dificuldade na escolha, sobretudo porque só conhecia a Silvercrest 6L, e não sabia muito bem que características valorizar. Acabei por comprar uma digital, com duas panelas cerâmicas, um modelo entretanto descontinuado, e paguei mais por equipamento e funções que não utilizo.
Quais as características a analisar na escolha da Slow cooker?
Capacidade
Há slow cookers mais
compactas e outras de maiores dimensões. Na seleção devemos considerar a nossa
necessidade e o número de porções que cada panela permite confecionar. Alerto que
as panelas devem ser utilizadas com cerca de 2/3 da capacidade preenchidas, por
isso uma panela de 6 litros, permite cozinhar 4 litros, cumprindo as
recomendações.
Podemos encher mais
que o recomendado?
Sim, mas há riscos e pode não correr bem. Já o tenho
feito, contudo a cozedura é menos eficiente (sobretudo na camada superior) e há o
risco de derramar.
A panela slow cooker Russell Hobbs tem apenas 2 litros de capacidade e é excelente para pequenas preparações, como molhos, cremes, ou cozinhar para 1 ou 2 pessoas.
Funcionamento manual ou digital
Existem panelas com
comando manual, mais simples e panelas com painel digital para controlo do funcionamento.
As panelas manuais
têm um botão que se roda para selecionar a função. Geralmente tem 3 posições: “alto”, “baixo” e “manter quente”. Não têm
programador de tempo, pelo que só se desligam quando se roda o botão.
Nas panelas
digitais, seleciona-se a função e o tempo total de cozimento. A maioria das
panelas possui contagem regressiva, indicando no mostrador o tempo que falta
para terminar. Quando termina costuma passar para a função “manter quente” de forma
automática.
Início diferido
Existem panelas que
permitem o início diferido. São raras e habitualmente mais caras. Se pretende
optar por uma slow cooker com esta característica certifique-se que tem a
função “início diferido” ou “delay”, uma vez que em
algumas publicidades se gera confusão entre esta função e a existência de temporizador/cronómetro de contagem regressiva.
Como os utilizadores
destas panelas habitualmente as deixam a trabalhar por longos períodos de tempo
e sem supervisão, quando não têm esta função recorrem a programadores detomada, para controlar o tempo total de cozedura.
Nas panelas analógicas
este simples objeto permite iniciar a cozedura no tempo selecionado, para que a
comida esteja a acabar de cozinhar quando chegar a casa.
As panelas digitais precisam da ação humana para iniciarem, logo não é possível atrasar o início
com o programador. Contudo há quem recorra a ele para cortar a corrente no fim
da cozedura, com o objetivo de não manter a comida aquecida por longos períodos.
Alguns pratos aquecidos durante horas podem tornar-se mais secos e menos
satisfatórios.
Alerta: Os
fabricantes da maioria dos equipamentos não recomendam o recurso a este tipo de
dispositivos por questões de segurança alimentar. Alimentos fora do frigorífico
podem estragar-se antes de iniciarem a cozedura. Depois de cozinhados, se
ficarem muito tempo na panela, quando a temperatura baixa dos 65º o risco
de contaminação aumenta.
Se recorrer a
um temporizador certifique-se que não corre o risco da comida se estragar
antes ou depois de iniciar o cozimento.
Material da panela interior
Tradicionalmente as
slow cookers têm a panela externa, com o mecanismo elétrico e a panela interna,
em barro/cerâmica.
Existem atualmente
no mercado panelas mais versáteis que permitem ir ao fogão, incluindo placas de
indução, podem também ser levadas ao forno e ao frigorífico em segurança, uma
vez que são mais resistentes a choques térmicos. São compostas por materiais
mais resistentes, como “duraceramic” ou aço inoxidável. Este tipo de
material é também mais rápido (cerca de 20% ), logo os cozinhados tornam-se
menos “slow cooking”.
É especialmente útil
para quem não dispensa selar a carne previamente, ou pretende realizar
pré-preparações no fogão, sem recorrer a mais tachos.
Formato da panela interior
As panelas mais
frequentes são ovais e redondas. Mas também há retangulares. O formato é
importante conforme a utilização que lhe vamos dar. A panela oval é mais
versátil, comparando com panelas de outros formatos e a mesma capacidade. Como
é mais alongada cabem melhor peças maiores, como lombo ou aves inteiras (para
panelas superiores a 4 l).
Potência
As potências das slow cookers são variáveis e complicadas de comparar em panelas de tamanhos diferentes. Geralmente é anunciada a potência máxima do equipamento, que é medida em W (watts) e quanto mais potente, maior o consumo elétrico. Panelas maiores necessitam de potências mais elevadas. Panelas com o mesmo tamanho e potências diferentes terão também desempenhos diferentes, sendo que a de potência mais elevada, tenderá a ser mais rápida. Nesta publicação ensinei a calcular o consumo máximo das slow cookers.
Preço
Há panelas slow cookers por cerca de 20€ e panelas que custam mais de uma centena de euros. Panelas mais caras não são necessariamente melhores. Têm geralmente mais funções, que importa analisar para perceber se vão ser utilizadas e se serão úteis na rotina culinária.
Funções extra
Existem panelas com termómetro incorporado, programas pré-definidos para alguns ingredientes, cálculo da quantidade, ajuste automático do tempo, acessórios para cozinhar em sous-vide (vácuo a baixa temperatura) entre outras funções. Acho que ainda não se limpam sozinhas, mas existem sacos descartáveis para usar e deitar fora, quase sem sujar a panela (mas nada sustentáveis).
Quadro comparativo
Gosto de fazer listas e quadros para me orientar. Se está a pensar comprar uma panela slow cooker, descarregue a tabela comparativa que preparei com as principais características a ter em conta, para ajudar a fazer a análise das panelas que está a considerar. Só precisa de preencher com a características das panelas em análise.
Na publicação Slow cooker's: opções para todos os gostos mostro algumas panelas e particularidades de cada uma.
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