Compota Natalícia de abóbora na slow cooker
A compota aromática de abóbora, laranja, nozes, canela, anis, cravinho, e vinho do Porto, tem sabores a especiarias e é ideal para oferecer aquele miminho caseiro especial ou então para saborear numa tábua de queijos e enchidos na mesa da Consoada.
Este ano colhemos algumas abóboras na nossa horta, aliás foi a nossa melhor colheita. Usamos sementes recolhidas das abóboras do ano passado, que por sua vez já tinham sido recolhidas no ano anterior. Sem grande ciência no processo, retirar as sementes, deixar secar e guardar. Achamos que tínhamos semeado abóbora manteiga mas tivemos uma mescla de abóboras de variedades pouco definidas. As mais parecidas com a variedade manteiga são enormes e outras parecem uma mistura de porqueira com manteiga. Temos ainda muito a melhorar na horta, mas são tudo abóboras e não se desperdiçam, embora este ano estejam a conservar-se pior. Usamos em sopas (e cá em casa a sopa é presença obrigatória nas refeições principais), assamos, fazemos puré (já experimentaram puré de abóbora assada?) e parte delas são convertidas em compotas. Tinha uma já a começar a estragar-se e decidi convertê-la em compota de abóbora Natalícia. Já fiz várias compotas de abóbora na slow cooker, com diferentes combinações de sabores, desta vez decidi fugir ao tradicional, e acrescentei anis estrelado e cravinho, para além da tradicional canela e laranja.
Nas várias compotas e doces que fiz na slow cooker cheguei à conclusão que com ingredientes base mais duros, como é o caso da abóbora, dos marmelos ou das variedades rijas de pera, o programa que melhor se adequa é o cozimento em "alto" por 6 horas ou até mais. Desta forma, consegui obter bons resultados usando em média 1/3 do peso da fruta/legume em açúcar. Antes de finalizar, provo sempre a compota e caso seja necessário ajusto o açúcar. Recomendo sempre que se reduzam as quantidades de condimentos, temperos, gorduras e açúcares adicionados, sendo preferível retificar no final, uma vez que este método de cocção, lento e a baixa temperatura potencia e intensifica os sabores dos ingredientes.
Esta compota Natalícia de abóbora ficou deliciosa e vai ser para oferecer como miminho neste Natal tão diferente. Uma vez que os gostos de cada são muito diferentes, como são para pessoas diferentes, optei por não intensificar muito os sabores do anis e do cravinho, para agradar a todos.
Ingredientes
2,2 Kg de abóbora
750 gr de açúcar amarelo
1 laranja grande (raspa e sumo)
1/2 cálice de vinho do Porto
3 paus de canela
1 estrela de anis
4 cravinhos
200 gr de nozes
Preparação
Descascar e retirar as sementes da abóbora
Cortar em pedaços pequenos.
Dispor camadas de abóbora e de açúcar intercaladas. Terminar com uma camada de açúcar.
Colocar a raspa e o sumo de meia laranja e metade do vinho do Porto.
Por cima colocar os paus de canela, o cravinho e o anis (a quantidade depende do gosto).
Programar 6 horas em alta.
Retirar a canela, o anis e o cravinho.
Acrescentar o restante vinho do Porto (1/4 de cálice), a outra metade do sumo e raspa da laranja. Se achar que está muito líquido não coloque o sumo todo.
Passar com a varinha mágica, até obter a textura desejada, mais ou menos cremosa. Eu não encontrei um dos cravinhos e triturei junto.
Provar. Retificar os temperos se achar necessário.
Acrescentar as nozes e programar mais 30 minutos para fundir os sabores dos vários ingredientes. Deixar cozer com a panela destapada nesta última fase, para a compota espessar um pouco.
Colocar em frascos de vidro de tampa metálica esterilizados e fechar bem.
Depois de cheios levar ao lume em água a ferver durante cerca de 15 minutos para ganharem vácuo.
Há quem prefira não passar e deixar os pedacinho da abóbora. Nesse caso cortar em pedacinhos mais uniformes no tamanho desejado, no fim coar, colocar em frascos e encher com a calda por cima. O processo de conservação é igual ao da compota triturada.
No vídeo fiz compota de abóbora menos elaborada e que cozeu por mais tempo, contudo o processo é o mesmo:
Notas:
O açúcar tem um papel importante na conservação das compotas, por isso é importante o processo de acondicionamento em vácuo ou congelar. Os frascos depois de abertos devem ser guardados no frigorífico e a compota consumida nos 15 dias seguintes. Costumo fazer etiquetas onde coloco esta indicação e gosto também de escrever os ingredientes.
A slow cooker cozinha a baixa temperatura por isso quase não há evaporação. As compotas tendem a ficar mais líquidas. Se preferir compotas mais consistentes coza mais uma hora com a panela destapada para permitir alguma evaporação ou então pode adicionar açúcar gelificante ou pectina. A pectina pode ser comprada nos supermercados, ou pode optar por extrair dos caroços e cascas de fruta. Costumo aproveitar os caroços de maçãs ou marmelos para melhorar a consistência das compotas.
Adorei o resultado! Tem muito bo aspeto!
ResponderEliminarObrigada! E é deliciosa!
EliminarMaravilhosa! Até o meu filho, que não é apreciador de compotas, adorou esta. Tão prático fazer doce na slow cooker. Grata pelos ensinamentos 🙏
ResponderEliminarMuito obrigada pelo seu testemunho Margarida 🙏
EliminarEspero que continue a experimentar as receitas e a partilhar connosco os resultados.
Bjs