Doce de figo e vinho do Porto (sem açúcar, nem adoçantes)
Ai os figos que me deixam a sonhar e a babar. Adoro figos, seja ao natural, quando estão moles e docinhos, seja em saladas, tartes, compotas ou figos secos. De vez em quando abuso, mesmo sabendo que são extremamente calóricos e que se devem consumir com moderação.
São uma fruta muito sensível, que deve ser consumida "no ponto" certo de maturação (na verdade são a flor da figueira, mas adiante, que este blogue é de comida , não de botânica). Se não estiverem bem maduros podem ser adstringentes, se amadurecerem de mais, azedam. Basta apanharem um pouco de humidade ou uns pingos de chuva para começarem a abrir e se estragarem de um dia para o outro. Ainda que a pele possa estar ligeiramente danificada, se o interior se mantiver intacto podem consumir-se, o importante é avaliar bem o aspeto e o cheiro e descartar os que perderam o cheiro frutado.
O meu tio tinha uma figueira carregadinha de figos, que distribuiu por toda a família. Dos que vieram parar cá a casa comemos imensos ao natural (mais que o recomendado), acompanharam uma tábua de queijos e enchidos e fizeram parte de saladas variadas. Os que estavam com bicadas de pássaro, ou a pele amassada foram transformados em doce.
DOCE DE FIGO COM VINHO DO PORTO SEM AÇÚCAR!
Os doces e compotas sem açúcar recorrem geralmente a adoçantes artificiais, alternativas naturais, como o mel ou as geleias, ou a frutas secas com elevado poder adoçante, como as tâmaras. Sendo o figo um fruto muito doce, cujo sabor é ainda potenciado pela cozedura lenta e prolongada da slow cooker, achei que poderia arriscar fazer um doce sem adição de nenhum açúcar ou adoçante. Ficou muito bom, bem equilibrado de sabor e ainda assim suficientemente doce.
Alerto que o açúcar também é um conservante, por isso, a conservação deste doce é mais exigente. Recorro geralmente à conserva em frascos de vidro esterilizados. Optei por utilizar frascos pequenos, de modo a que depois de abertos se consumissem numa semana.
INGREDIENTES
1 Kg de figos limpos
1 cálice de vinho do Porto (cerca de 60 ml)
2 cascas de limão (ou laranja)
2 paus de canela
PREPARAÇÃO
Prepare os figos, lave, retire o caule e a pele. Pode deixar a pele, desde que esteja intacta, nesse caso remova as zonas manchadas ou danificadas.
Corte os figos em pedaços e coloque na panela de barro.
Regue com o vinho do Porto
Junte os paus de canela e as cascas de limão. A casca dos citrinos deve ser só a parte externa, sem vestígios da camada mais branca (albedo), pois essa camada com a cozedura lenta fica amarga e dá mau sabor ao doce.
Deixar cozer na função baixo por cerca de 8 horas (ver notas).
Retire os aromas (canela e cascas de citrinos) e mexa bem com uma vara de arames para uma textura mais irregular, ou utilize a varinha mágica para uma textura mais homogénea.
Guarde em frascos de vidro esterilizados. Conserva-se no frigorífico por cerca de 1 semana. Para conservar por mais tempo recorra a métodos de pasteurização, como explico nesta receita da compota de pera e avelãs.
NOTAS
O tempo de cozedura deve ser adaptado às características da slow cooker que está a utilizar. Para esta receita usei a slow cooker Silvercrest de 3,5l e 190-210W de potência. Panelas mais potentes cozinham mais rápido. Panelas mais muito cheias demoram mais tempo a atingirem a temperatura.
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